15.2.07

Agora, falando sério.

É notório que o RS está atravessando uma das suas piores crises econômicas da história recente. A causa da crise normalmente é ligada ao câmbio, mas façamos o favor de não fechar os olhos e perceber que o agronegócio está destruindo o pouco que se tinha por estes pagos. É só analisar o preço da soja e do eucalipto e comparar com a de produtos de minifúdio, tais como frutas, tabaco, alface, tomate, etc. Soja não gera nada. Eucalipto idem com a ressalva que polui como adicional.

Porto Alegre, por sua vez, sempre se mostrou como um reflexo da economia do RS. Entender isso é fácil: porto alegre é uma cidade pouco industrializada, tendo como base econômica o setor de serviços, normalmente demandado pela força da economia do interior, seja agrária(normalmente metade sul e noroeste do estado) ou industrial (região metropolitana, vales do sinos e caí e nordeste do estado). O resultado é que se o RS vai mal, porto alegre segue exatamente a mesma tendência.

O resultado disso é desespero. E isso acontece em toda parte, da iniciativa privada à pública. De um lado, empresários e pessoas físicas não pagando suas contas, calotes, desemprego, etc. Do outro, um governo eleito com a promessa de cortar gastos num estado quase falido. A prefeitura de porto alegre, por sua vez, se vangloria de fechar o ano com milhões de reais no positivo. O custo disso? Menos assistência social, mais criminalidade, menos chances para os pouco abastados e qualquer idéia de progresso é enterrada de vez. A parte estética é visível: Porto Alegre nunca esteve tão feia, com lixo na rua, canteiros com capim alto, etc.

Por incrível que pareça, essa decadência da capital, mesmo sob a gestão dos queridinhos da mídia, é comentada no principal jornal do estado. Vale a pena ler.