Quem me chamar de esquizofrênico ganha um abraço.
Faz tempo que não escrevo nada neste blog. Mais ainda, faz tempo que não falo nada de mim. Acho que o mestrado fez comigo o que eu mais temia do mundo: o embrutecimento. Viver num ninho de cobras te faz achar que o mundo é um ninho de cobras e isso é ruim, por mais que seja verdade. Não consigo mais ouvir uma frase sequer sem pensar no que o sujeito está buscando, nas suas intenções sórdidas, com ela. Eu sei que o mundo não é feito de inocentes e que eu não sou um também, mas deveria saber que é natural que as pessoas busquem suas necessidades e que isso não as torna más. O problema é O QUE as pessoas acham que é justo ter como necessidades. E isso que gera o embrutecimento: é difícil ou impossível saber até que ponto a necessidade alheia é plausível e passível de ajuda ou até que ponto que é sem-vergonhice e passível de censura. No linguajar popular: andar sempre com o pé atrás.
Tá, nenhum sentido.
Acaba tudo, volta pra alguma cidade em algum momento aleatório da minha vida. Incrível como estar confinado em qualquer cidade - seja capão da canoa ou buenos aires - com alguns amigos pode tornar tudo inacreditavelmente fantástico. Talvez porque ninguém ali acredite que deva ser produtivo, mas principalmente porque conviver com pessoas full-time significa jogo limpo. Acho que não tem nada melhor do que alguém mandar tu tomar no cu quando deseja e definitivamente a sensação coletiva de que o outro faz parte da vida individual - mesmo que temporariamente - torna o mundo um lugar mais decente pra se viver. Assim, meu próximo projeto será: comprar uma plataforma de petróleo abandonada no meio do nada e convidar uma gurizada medonha pra passar uma semana a base de pão e canha. Única experiência relevante.
2 Comments:
pão, canha e imagem e ação!
e uma mão queimada com caipirinha, djá!
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