A revanche

Passaram-se séculos e a tal dívida histórica com os negros* nunca foi paga. Claro que tentaram crediário no BB, no Citibank e no CrediMatone. Todos falharam. Não que tenha sido pouco dinheiro: a questão é que o pagamento era feito com negros* em espécie, algo que os mais sádicos chamariam de dinheiro-vivo e os mais espirituosos chamariam de azulzinhas.

Mas como todos sabem, Deus é gente como a gente e sabe das coisas. O aquecimento global não tem nada a ver com o Bush, nem com Putin e, por favor, muito menos com o Lula. É tudo coisa do poderosão que ta torrando a gente (literalmente) pra pagar a taxa com aqueles que vieram da áfrica de galera. Mas esse ano ele deu uma aliviada, ao menos aqui em Porto Alegre. A mensagem foi clara: se mandem pra Antartida (onde a carne de pinguim é corrente e os russos já plantaram batata), o velho e o novo continente agora vai ser da gurizada suada!

Bom. Não nos resta outra opção se não procurar o lado sul da vida e, no inverno eventual, visitar nossos ex-escravos, futuros patrões, afim de provar alguma iguaria perdida, como trigo ou aveia Quaker.

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* Na linguagem portugues-brasileiro-politicamente-correto, "afro-descendente". O uso dessa palavra caiu em desuso nesse blog pois o público-alvo suposto são pessoas tão esclarecidas a ponto de entender que negros vieram da África, assim como esquimós vem do pólo norte, tornando o termo em questão desrespeitoso para com os dois leitores desse blog.